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Evolução do quadro aplicável ao investimento estrangeiro em Angola

Angola vive um novo paradigma em matéria de abertura ao investimento externo, o qual assenta na substituição de um modelo económico que tem por base a exportação de petróleo e importação de bens por um modelo direcionado para o setor produtivo.

É neste contexto que o Governo Angolano tem vindo a promover e solidificar o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (“PRODESI”) o qual, entre outros objetivos, visa estimular o investimento em áreas como a agricultura, pescas e indústria, substituir as importações de bens de primeira necessidade e aumentar e diversificar as fontes cambiais.

Por outro lado, sendo o investimento externo objeto de regulamentação, foram reformulados procedimentos para a constituição de novas sociedades, simplificação no acesso a benefícios fiscais e eliminadas regras que determinavam, por exemplo, a obrigatoriedade de investimentos em setores da economia específicos terem que ser realizados com recurso a parcerias com investidores nacionais.

No domínio cambial, foram simplificados os regulamentos para o registo de entradas de capitais em Angola e clarificados os requisitos para o pagamento de remunerações aos investidores (v.g. distribuição de lucros ou pagamento de juros). Adicionalmente, o Banco Nacional de Angola descentralizou a avaliação destes processos de pagamento ao exterior para os bancos comerciais, facto que garantiu uma maior capacidade de resposta às solicitações para a transferência de rendimentos para o exterior.

No que se refere à fiscalidade aplicável aos investidores externos, para além dos incentivos fiscais e aduaneiros concedidos a projetos estruturantes, note-se uma redução das taxas de Imposto Industrial – redução da taxa nominal de 30% para 25% e de 15% para 10% para atividades agrícolas, silvícolas ou pecuárias, o que coloca Angola entre os países africanos com taxas de tributação sobre os lucros mais competitivas. Ainda no domínio da fiscalidade, importa sublinhar a celebração dos primeiros acordos para evitar a dupla tributação, celebrados com Portugal e os Emirados Árabes Unidos. 

Considerando o exposto, é evidente o esforço para tornar mais atrativo o investimento em Angola. Contudo, existem desafios futuros relevantes e que podem gerar ainda reservas junto dos investidores externos, como as infraestruturas de transportes e energia por desenvolver e a escassa oferta de recursos humanos qualificados. Por outro lado, e de forma a dotar os investimentos em Angola de uma maior previsibilidade, é importante garantir estabilidade legislativa em matérias que possam impactar os investimentos, assim como normativos mais claros e simples.

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