O último ano colocou à prova muitas organizações, tendo evidenciado o papel fundamental da função financeira e fiscal na gestão da crise pandémica, na readaptação do negócio e na sua recuperação corrente e futura.
Com os desafios imediatos que a nova realidade trouxe, o investimento das empresas foi maioritariamente canalizado para dar resposta a novas necessidades operacionais relacionadas com a capacitação das equipas para trabalhar remotamente, com a otimização de processos e, em alguns casos, com a modernização e adaptação dos serviços prestados. É tempo agora de canalizar investimento para dotar a função financeira e fiscal de ferramentas digitais rigorosas de planeamento e de gestão financeira do negócio.
Perante as evidências de uma realidade cada vez mais volátil e dinâmica, a gestão financeira que ocupa um lugar central como pilar e garante de uma boa saúde financeira de qualquer empresa terá assim desafios acrescidos na gestão da força vital da empresa – o cash-flow.
Assim, o cumprimento das obrigações fiscais num cenário cada vez mais digital, a elaboração de planos orçamentais e a gestão da tesouraria operacional e financeira mais complexa e dinâmica, ocuparão certamente um lugar de destaque em qualquer gestão financeira moderna.
Neste contexto, a existência de uma ferramenta digital que proporcione uma visão abrangente do cash-flow da empresa (passada, corrente e previsional/futura) e que nela se possam considerar as despesas fiscais e contemplar uma estratégia fiscal a seguir, ajudará certamente a proteger o cash-flow para minimizar os gastos com financiamentos de curto e médio prazo e a gerir de forma mais eficiente os recebimentos e os pagamentos.
Ter um plano fiscal alicerçado nas previsões e nos orçamentos da empresa que complemente as necessidades e os recursos disponíveis é sem dúvida uma boa estratégia, em substituição de qualquer plano reativo sobre as obrigações fiscais mais perto ou em cima do prazo. O ganho está em analisar, planear e antecipar os gastos futuros com impostos e toda a sua envolvente financeira de forma estratégica durante todo o ano.
Em concreto, a adoção de uma ferramenta digital de gestão fiscal e financeira poderá envolver:
- A compilação da informação de gestão operacional, fiscal e financeira numa única base de dados;
- A gestão das obrigações fiscais de forma proativa, evitando surpresas. A possibilidade de considerar em tempo real variações dos valores estimados face à performance do negócio poderá servir como pilar da construção de um plano fiscal;
- A gestão eficiente e o planeamento dos pagamentos e dos recebimentos operacionais e financeiros de curto e médio prazo e a avaliação em tempo real do seu impacto poderá otimizar oportunidades fiscais e minimizar impactos no cash-flow;
- A simulação/planeamento de cenários de crescimento/investimento, fusões, aquisições e a avaliação do seu impacto;
- O planeamento das datas de pagamento dos impostos para evitar eventuais coimas que possam advir dos atrasos no seu cumprimento e outras penalidades que afetam diretamente o cash-flow.
Assim, uma abordagem e uma estratégia financeira e fiscal proativa, possível através da utilização de uma ferramenta digital, alicerçada numa visão em tempo real das obrigações fiscais e de todos os outros fluxos financeiros e operacionais da empresa trarão certamente muitos benefícios na gestão do cash-flow, nas tomadas de decisão mais conscientes, na redução de riscos, na eficiência processual e na diminuição do stress e da ansiedade por parte das equipas envolvidas.